domingo, 8 de abril de 2018


Lula não foi condenado pelo tríplex (esqueçam isso!). Lula foi condenado quando decidiu que cada brasileiro deveria fazer três refeições ao dia. Lula foi condenado quando tirou o brasil do mapa da fome mundial. Lula foi condenado quando milhões ascenderam socialmente. Lula foi condenado quando decidiu que pobres poderiam chegar à universidade e às escolas técnicas. Lula foi condenado quando a filha do pedreiro virou engenheira, o filho do garçom virou advogado e o negro favelado deixou de ser bandido para ser médico: invertendo, assim, a lógica dessa porra toda. Lula foi condenado quando começou a dar show pelo mundo, no g-20, nas nações unidas e nos cambau a quatro. Lula foi condenado quando investiu mais em educação e saúde que todos os outros presidentes. Lula foi condenado quando investiu no nordeste brasileiro, sempre esquecido. Lula foi condenado quando mostrou à elite deste país que um operário sabia governar. Lula foi condenado quando alcançou 80% de aprovação popular. Lula foi condenado por suas virtudes, não por seus eventuais pecados. Lula é imenso, do tamanho do Brasil. Lula é a história."

kafkianas


Josef K. que foi condenado e julgado por um tribunal misterioso, em que muitos ficam em dúvida sobre a real história acontecida. A justiça questionada na obra revela a obscuridade do processo realizado contra Josef K e quão vago ele se transforma e são usadas provas absurdas contra ele durante todo o romance. O Estado é considerado arbitrário e autoritário. Demonstram que os direitos sociais do homem são tolhidos e revelam as falhas e erros o sistema judiciário. Pode-se dizer que a liberdade que é um direito de todos os direitos de ser ouvido e de defesa, nesta obra, é negada, e a aplicação o poder democrático também é alienado e impedido
Louise Ronconi de Nazareno

"A transformação de uma operação de combate à corrupção com 50 etapas em um objetivo único que é prender um ex-presidente expõe a face mais danosa de todo o processo: a implosão institucional, em especial do poder judiciário.
Isso se dá pela tentativa de substituição de uma liderança personalista por outra. De Lula pelos seus algozes. Todos os envolvidos, da primeira à última instância, não souberam lidar com a visibilidade pública que tiveram até aqui. Pensaram que poderiam substituir o personalismo de Lula por um novo perfil de líder popular. Enganaram-se. Visibilidade pública não produz liderança real. É o contrário. Mas isso os sinhozinhos provincianos não entendem. O que inclui ministros do supremo que essa semana experimentaram o gosto amargo de críticas públicas feitas por seus próprios pares, algo inédito na história das instituições, em especial, das instituições jurídicas brasileiras. Em 2018 o judiciário começa a se canibalizar em frente às câmeras de televisão, assim como a elite política vem fazendo desde 2013.
O pior de tudo isso é que o legado deixado por uma operação que usa a corrupção para substituir (substituir e não combater) lideranças personalistas é o desmonte das estruturas formais de combate efetivo à corrupção. Sem instituições fortes, que respeitem as regras, nunca haverá combate à corrupção de fato.
A diferença entre a liderança personalista de Lula e a dos sinhozinhos é que Lula, como conciliador, conseguiu criar uma imagem de líder personalista ao mesmo tempo em que se fortaleciam as instituições. Quem busca se transformar em nova liderança personalista sem a experiência da representação e a qualidade da conciliação, fatalmente terminará implodindo as instituições.
Pelo enfraquecimento institucional é que perderemos todos no futuro, ainda que por agora pareça que exista um vencedor."
Emerson Urizzi Cervi: