quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018


Existe uma base social com vontade de lutar pela democracia e por Lula com determinação. Esta base precisa de comando e de direção política firme. Se Lula for preso o golpe e a ditadura burguesa-togada avançarão para os próximos passos: a hegemonia completa dos mais corruptos políticos e capitalistas no poder, a privatização das estatais, da Petrobras, o desmonte da educação e das universidades federais, a venda da saúde e da previdência, a criminalização dos movimentos sociais, como o MST, MTST, o fechamento do PT e a perseguição implacável contra qualquer candidatura, sindicato, partido e movimento que minimamente ameace os interesses da ordem dominante golpista nos seus arrochos trabalhistas e roubos de direitos. O último grande comandante institucional disposto a lutar pela democracia no Brasil foi o Marechal Lott, no contragolpe de 11 de novembro de 1955. Impressionante quando alguém de cima resolveu lutar, em igualdade de condições, contra a direita brucutu, contra os fascistas, os gorilas, contra o consórcio entreguista internacional, estes recuaram com medo da resoluta ação de Lott, infelizmente mal aproveitada. Vargas não teve condições de luta em 1954. Poderia ter tido como se viu na grande reação popular no dia seguinte do suicídio, muitos esperaram o comando. Jango não ouviu Brizola e ambos tiveram que fugir em 1964. Durante a ditadura civil-militar de 1964 o legislativo só não foi completamente fechado, como tinha sido na ditadura de 1937, pela existência de lutadores, os mesmos lutadores que garantiram a sobrevida do pequeno espaço legislativo para a grande derrota parlamentar das forças da ditadura, da Arena, nas eleições de 1974 em diante. As forças da ditadura militar não conseguiram fechar de vez e permanentemente o limitado parlamento por causa dos que resistiram. Sem os heróis da resistência contra a ditadura brasileira de 1964, ela poderia ter seguido o modelo das ditaduras espanhola e portuguesa, nas suas muitas décadas de continuidade, de atraso e de oligarquias reacionárias ditatoriais no poder. Agora estamos em outra encruzilhada decisiva e todos os cidadãos amantes da democracia, das liberdades, todos os militantes, todos sindicalistas, todos partidos de esquerda, todos parlamentares, todos governadores, prefeitos, todos artistas, todos intelectuais, todas as lideranças populares, movimentos sociais, trabalhadores e estudantes, todos comprometidos com a democracia, com as causas sociais e com eleições livres, todos devem lutar ao máximo neste momento de ameaça de prisão ilegal, imoral e forjada de Lula pelos tribunais de exceção do atual regime golpista. A pergunta que se deve fazer é a seguinte: Quem está disposto a lutar ao máximo pela democracia, pelas liberdades e pela causa de Lula ? Quem está disposto a lutar pelo golpe, por Temer, pelo PSDB, ou por qualquer dos seus serviçais golpistas subalternos, nos outros partidos de direita e nas outras lideranças apoiadoras do golpe, do desmonte do país e da incipiente ditadura burguesa-togada que existe ? Preparem-se para as batalhas políticas em defesa do Brasil.
RCO

O despertar do nacional-popular crítico no Carnaval ! Sensacionais as produções como a do Paraíso do Tuiuti. Uma verdadeira aula de sociologia histórica dos brasileiros negros, aula de brasilidade, artística elaboração de toda uma trajetória e todo um processo social, político e histórico. O golpista Temer escrachado como o vampirão pérfido que ele é e o roubo dos votos, das moradias, das carteiras de trabalho e dos direitos sociais do povo trabalhador. A crítica da Mangueira contra o prefeito Crivella, representado como o fujão Judas, tudo revela a firme oposição da nossa autêntica cultura popular brasileira às formas de direita excludentes de certo protestantismo importado. Ao longo de toda a nossa história, nos momentos mais cruciais da nossa existência como Nação, nas guerras holandesas, nas guerras de fronteiras, nas guerras platinas, no Paraguai, o Brasil sempre foi defendido pela última trincheira dos brasileiros negros, tão injustamente maltratados e massacrados na nossa sociedade, mas sempre uma fonte permanente de criatividade, vibração, cultura e vitalidade. Agora, estes movimentos sociais e culturais populares, do Brasil profundo, das favelas, periferias, campos e cidades, novamente, têm o poder de nos livrarem dos invasores estrangeiros, da quadrilha golpista de Temer e de seus asseclas, ladrões internacionais e locais, de quadrilhas importadas com gente estrangeira e alienígena no Brasil, a direita querendo roubar, privatizar e pilhar nosso país. O povão brasileiro está despertando e ninguém vai conseguir segurar ! Explode coração !
RCO

O Desfile da Paraiso do Tuiuti


O desfile da Paraíso do Tuiuti mostrou a procissão dos trabalhadores negros desde a escravidão. Como seria o desfile da CDT, a Classe Dominante Tradicional e seus apêndices ? Começaria com os senhores de terras e escravos, das sesmarias e das casas grandes, daí viriam os homens bons das câmaras e depois da Independência, os das assembleias, os deputados e senadores, as mamatas, as mordomias do legislativo e dos tribunais de contas. Daí entrariam os barões imperiais, seus filhos e genros, os bacharéis, advogados, médicos e engenheiros, as elites da cultura bacharelesca, que não modernizaram e sim atrasaram o país em termos de mentalidades políticas. A ala dos comerciantes, dos que roubam no peso e no preço. O bloco dos militares, dos delegados, dos coronéis e generais, um dos mais disciplinados e querendo marchar. Destaque para grandes símbolos militares de direita, símbolos de cultura e de coragem bélica, como Bolsonaro e Ustra, referências para a direita militar torturadora. Outro grande destaque é a ala do sistema judicial, o judiciário e o mp, representando o velho ethos classista, defendendo os interesses dos dominantes, protegendo os seus apaniguados e perseguindo os adversários políticos. Tudo acima do teto. Quem entra na ala do judiciário logo é mentalmente, institucionalmente, politicamente hipnotizado e enquadrado, passa a ser o pior dos representantes da ordem, vide os bonecos gigantes do Joaquim Barbosa e do Fachin, que para serem aceitos logo viram um deles, esquecem totalmente qualquer passado subalterno crítico ou quais ideias lhes tenham dado o cargo. O grupo mais animado e jovial é a troça dos herdeiros do nepotismo, o grupo com mais algazarra, alvoroço e farra irresponsável, almas cheiram a talco, porque sabem que todas as instituições se abrem para o gozo e usufruto deles, moças e rapazes já eleitos como deputados, recebendo as melhores propinas, os melhores cartórios, os melhores cargos estatais e as mais gostosas negociatas. Muitos saem dos desfiles alcoolizados para atropelarem pessoas inocentes em alta velocidade na madrugada, logo um dos passistas do judiciário os soltará antes mesmo de serem presos. O próximo grupo é o dos donos e seus escravos da mídia, sempre com as bocas tapadas, todos preocupados com o que podem mostrar e falar, tudo para não desagradarem os chefes de redação e muito menos os donos familiares da grande mídia. A bateria dos fracos industriais, com pouco ritmo, segue acorrentada com sua dependência, arcaísmo, timidez e baixo espírito de inovação. Não querem fazer barulho para não incomodar e são importadores de tecnologia, usam mão de obra barata e são exportadores de matéria prima não manufaturada. Muitos querem logo casar com uma mocinha das outras alas para poderem apagar a sua origem imigrante e trabalhadora, muitas vezes até sujaram as mãos com trabalho braçal e manual, antes de enriquecerem. O apito de sonegadores é distribuído para todos integrantes da Escola de Samba CDT desde a concentração. Somente o vampirão neoliberalista Temer seria emprestado da Tuiuti, mais uma comissão traseira, uma comissão do atraso, da corrupção e com todos os protagonistas do golpe: Eduardo Cunha de terno, sorridente, com sua família esquiando e com prisão de mentirinha, Profeta Jucá, Angorá, Padilha, Geddel, boys do MBL, artistas do Cansei, muitos ministros golpistas, toda a quadrilha feliz e cantando no final.
RCO

Sem dúvida que, para um cientista social, ter um livro (ou livros) transformado em samba enredo não deixa de ser uma consagração. Parabéns ao Prof. Jessé de Souza pelo alto fator de impacto de seus textos, qualquer que seja nosso grau de concordância com as teses por ele defendidas. Oxalá nos próximos anos continue assim, para as ciências sociais se difundirem cada vez mais entre a população, demonstrando sua importância para o aumento de nossa cultura cívica e qualidade da democracia. Sublinhe-se também que, ao que parece, os sambistas estão mais politizados e esclarecidos do que nossas autoridades judiciais e policiais, que continuam fazendo sua formação doutrinária a partir de velhos manuais dos longínquos tempos da guerra fria e predominantemente pelo que sai na grande mídia corporativa. Tem que dar uma melhorada do nível dos manuais e no processo de formação doutrinária dessa turma aí...
SSB