quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

"6":


De Hilda Hilst

Sem heroísmo nem queixa, ofereço-vos
Minha mão aberta. Agora vos pertence.
Queimada de uma luz tão viva
Como se ardesse viva sob o sol. Olhai se possível
A mão que se queimou de coisas limpas.
E se souberdes o que em vós é justiça
Podereis refazê-la como a vossa mão. E depois igualada
Aproveitá-la. A cada hora, a cada hora
E para o vosso pão.

Esquecimento



Si en un día, cuando sucede lo inesperado
se pierde la memoria, el punto de no me reconoce ...

Y si usted no toma la cara lemabrares
o mi voz ... No es que yo era el único
quien te amó ...

Entonces, ¿cómo vivir sin ser capaz de recordar
los momentos de alegría infinita, que en conjunto
Usted y yo vivo cerca de ... Si un día ya no ExSite su mente, en tus ojos, y especialmente en su piel?

Y si un día usted pierde su memoria, recuerdo cómo ... Nunca hemos sido
tan distantes el uno del otro ...?

Evan Do Carmo 5 de junho de 2011 10:19

o Filósofo




Cuando pienso en tiempos pasados
Mi mirada se pierde en la desgracia
Veo esta hora triste vacantes
Soy un apacible lago de amargura.

Mi boca no sabe de otro beso
Sin deseo activo muertos - vivos
Yo soy una figura pálida en otro tiempo
Lo que surgió de algunos asombrativo libro

Y si lloro las lágrimas son de plástico
Al llegar a la tierra que nadie escucha
Yo soy filósofo, sé de la metafísica
Alma Tisis la espera de la cicuta.

Evan do Carmo

Luta de classes não é só burgueses X proletários ou burguesia X aristocracia.


 Existem frações da classe com interesses não inteiramente coincidentes dentro de uma mesma classe. Por exemplo, na burguesia, entre rentistas e empresários.

Mais: a luta de classes não se dá apenas entre as classes de um Estado nacional. Ou seja, dentro da configuração do capitalismo internacional há interesse em destruir a burguesia industrial dos países periféricos.

E às vezes a burguesia industrial, ou parcela dela, pode dar o troco mesmo num país central. Só isso pra entender casos como Trump e a Lava Jato com sua destruição de setores estratégicos da economia nacional.

Moral da história: entre o preto e o branco há 50 tons de cinza e a análise não pode ser simplista.
OLW

A mídia corporativa faz um esforço gigantesco para transmitir a impressão de que o julgamento de Porto Alegre encerrou o jogo.


 A narrativa quase unânime em suas páginas diz que a justiça foi feita, as culpas foram provadas, a isenção do julgamento está acima de suspeita. Agora, trata-se de continuar o jogo. Por isso, o noticiário foca no "plano B" do PT e nos preparativos para a prisão de Lula.

Na tentativa pueril de esconder sua parcialidade de sempre, a mídia dá a entender que a certeza quanto à lisura do processo vem da "qualidade" do trabalho do TRF-4. Chega a ser constrangedor ver colunistas que foram entusiastas da perseguição a Lula desde seus primórdios escrevendo coisas como "eu tinha dúvidas sobre a sentença de Moro, mas os votos dos desembargadores esclareceram tudo".

Uma legião de juristas já demonstrou, com mais propriedade do que eu seria capaz, os vícios do julgamento de Lula. Ausência de provas, cerceamento do direito de defesa, constrangimento ilegal a testemunhas, enquadramento em crimes inexistentes no código penal, desvio de foro, parti pris contrário ao réu... Não falta nada. Para o condomínio golpista, porém, é fundamental impedir que estes questionamentos sejam levados em conta.

O subtexto é que, sendo justo o julgamento de Lula, é justo todo o processo político-judicial brasileiro dos últimos anos - incluídos, é claro, o golpe que derrubou Dilma Rousseff e seus desdobramentos. E será justa também a eleição de outubro, embora privada do candidato favorito.

A continuidade do processo judicial de Lula, com recursos às cortes superiores, tem muito mais o caráter de denúncia do que de esperança de uma correção das arbitrariedades até aqui praticadas. A apresentação dos recursos abre uma brecha, ainda que pequena, para a exposição dos vícios do julgamento. Mas se ilude quem pensa que STJ ou STF teriam um pingo de disposição de resistir ao cerceamento das liberdades e dos direitos que está em curso.

A mídia propaga a ideia de que o STJ poderia adiar ou evitar a prisão de Lula - o que já mostra o enquadramento escolhido, que despreza a exigência de revisão da sentença propriamente dita. Mas é claro que a decisão sobre prender ou não o ex-presidente não tem nada a ver com o processo legal, assim como sua condenação não teve. O que está em questão é a conveniência política e a estimativa do efeito que terá, o cálculo de custo-benefício, isto é, se aprisioná-lo mais estimula ou mais arrefece a resistência popular.

A eleição de outubro também deve ser vista como um espaço de propaganda; dificilmente como aposta para reversão do quadro. A pequena brecha que o debate eleitoral abre permite denunciar o processo em curso. Boas votações de candidatos antigolpistas ampliam os custos da manutenção dos retrocessos.

Mas está claro que a coalizão golpista não chegou até aqui para em seguida entregar o poder a alguém que não estiver alinhado com ela e contar apenas com esse capital insignificante, o apoio da maioria da população. A campanha certamente será pesada. Assim como Lula foi afastado, outros candidatos que parecerem competitivos podem sê-lo. Se ainda assim um candidato próximo do campo popular se sagrar vitorioso, ninguém sabe se tomará posse, muito menos se conseguirá governar.

Isso não é alarmismo, é realismo. A ruptura do compromisso das classes dominantes com as regras mínimas do ordenamento democrático-liberal é profunda e nada indica que está para ser revertida.

Para que o seja, é necessário alterar a correlação de forças na sociedade. É necessário investir na reorganização do campo popular e na ampliação de sua capacidade de resistência.

Isso não se faz com bravatas de palanque. Não adianta falar em "desobediência civil", como fez o senador Lindbergh Farias, sem a menor organização capaz de colocá-la em marcha. Também é sem sentido reclamar, como vi parte da esquerda antipetista fazendo, que Lula obedeceu à absurda determinação de entregar o passaporte, porque ele estaria se submetendo à ordem imperante e injusta. Desobediência civil não é porra-louquice ou martírio individual.

Há mais de cem anos, Rosa Luxemburgo escrevia que "é impossível propagar a greve de massas como meio abstrato de luta assim como é impossível propagar a revolução. A revolução e a greve de massas são conceitos que enquanto tais significam apenas a forma exterior da luta de classes, que só têm sentido e conteúdo em situações políticas bem determinadas". ("Desobediência civil", claro, bem poderia entrar na lista de exemplo da pensadora polonesa.)

Ou seja: o necessário é investir no trabalho político e assim construir as condições de uma ação mais ofensiva dos grupos dominados. Infelizmente, a noite que se abateu sobre o Brasil será longa e superá-la exigirá muita luta. Sonhar com uma saída milagrosa é só isso: sonho.

Luis Felipe Miguel

ai pro Tapetão?


A unica novidade nestas ultimas sondagens e que, Lula exclusive, Ciro Gomes torna-se um candidato competitivo nas esquerda e Bolsomito se desmancha do ar, o que também não deixa de ser ruim para as pretensões do PT num eventual segundo turno. Portanto, já esta mais do que na hora dos companheiro do PT começarem a discutir a serio a possibilidade de uma frente de esquerda porque a tendencia e que mais pra frentemente a pressão da mídia lavajatista imparcial se intensifique ainda mais sobre o lulismo e seus aliados no chamado centrão do pmdb, já que no presidencialismo de coalizão todos os atores políticos tem mais ou menos um instinto suicida latente, no meu modesto entender.
SB


SOBRE O DATAFOLHA PÓS-DECISÃO TRF-4




Não mudou nada.
Absolutamente nada em relação ao fim de novembro de 2017.
As intenções de voto de Lula e dos demais candidatos variaram dentro das margens de erro de cada um deles. Sem Lula não há ganhos significativos para ninguém.
Todo o resto que se disser sobre os números ou o sobre instituto será chute ou arroubo ideológico.
Agora, o fato de nada ter mudado não é pouco. Ao contrário, é muito informativo.
Informa que apesar de toda mobilização de equipes e horas de cobertura da mídia, todas páginas, tempo de rádio, tempo de televisão, programas, debates, emissões de opiniões, etc.
Toda a mobilização dos setores judiciários nos três níveis. Todo o circo montado para a emissão de três votos autocratas absolutamente iguais.
Tudo isso junto. Tudo isso foi incapaz de mover as intenções de voto do eleitor brasileiro.
Será que agora vão passar a olhar para a opinião pública de verdade e perceber a diferença que existe em relação à opinião publicada? O eleitor não se interessa pela opinião publicada nos palácios do judiciário e nas salas de redações.
Será que se prenderem Lula as intenções de voto mudam? Se mudarem, serão para melhor ou pior para ele? Meu chute é que melhora para ele.
Os palácios estão cada vez mais distantes das ruas. Isso explica a imutabilidade das preferências do eleitor médio brasileiro de hoje.
EUC

Quase 20 anos de Virtuous Circle...


Todo mundo fala em crise do presidencialismo de coalizão (a brasileira), mas eu acho isso uma balela, ou seja, não vejo crise nenhuma. Senão, vejamos. A esquerda almeja eleger um presidente, porque acha que a vitória de um líder popular é o caminho mais curto e fácil para chegar ou reconquistar o poder (teoria dos freios e contrapesos). A direita defende o presidencialismo porque considera mais fácil neutralizar politicamente um líder popular eleito para o Executivo do que um partido de esquerda de massa politizado, com bancadas fortes e influentes no parlamento (teoria dos freios e contrapesos). E o centro fisiológico defende o sistema porque acha que é a melhor forma de chantagear os extremos para manter-se no poder e no controle do Congresso usufruindo benefícios clientelistas, qualquer que seja o presidente eleito (teoria dos freios e contrapesos). De forma que a perspectiva é a de que o sistema dure muito tempo ainda e, com ele, o poder supostamente neutro e moderador das autoridades judiciais, sempre pautadas, para dizer o mínimo, por nossa mídia corporativa. Não é à toa que o Tiririca disse que estava desiludido e ia abandonar a política; suas expectativas de campanha foram inteiramente frustradas pelos fatos observáveis, o que causa a revolta, como se sabe. Não resta alternativa àqueles que não acreditam que a democracia seja um mero valor instrumental, a não ser desfilar sua impotência no facebookis ou postar fotos de gatinhos no Instagram...
SB