terça-feira, 15 de agosto de 2017

Já conheço os passos dessa estrada             
sei que não vai dar em nada                       
seus segredos sei de cór                              
já conheço as pedras do caminho               
e sei também que ali sozinho                      
eu vou ficar, tanto pior
o que é que eu posso contra o encanto
desse amor que eu nego tanto
evito tanto
e que no entanto
volta sempre a enfeitiçar
com seus mesmos tristes velhos fatos
que num álbum de retrato
eu teimo em colecionar
Lá vou eu de novo como um tolo
procurar o desconsolo
que cansei de conhecer
novos dias tristes, noites claras
versos, cartas, minha cara
ainda volto a lhe escrever
pra lhe dizer que isso é pecado
eu trago o peito tão marcado
de lembranças do passado
e você sabe a razão
vou colecionar mais um soneto
outro retrato em branco e preto
a maltratar meu coração.

Juan Zapato | febrero 9, 2012 at 3:57 pm | Etiquetas: Bossa Nova, MPB, Paul Sonnenberg en el Blog de Juan Zapato, Poesía de Brasil, Tom Jobim & Chico Buarque en el Blog de Juan Zapato | Categorías: Acuarelas, América Latina, Blogroll, Bossa Nova, Chico Buarque, Música, Música latinoamericana, Paul Sonnenberg, Poetry, Tom Jobim | URL: http://wp.me/p5c8l-D7


mi abuelo lo único que hacía era afeitarse y temblar
frente al televisor.

mi padre todas las mañanas se perdía en el campo,
transformado en un punto tridimensional de la nieve.

regresaba con una sonrisa mística en su rostro y nadie
sabía por qué.

en verano también esa misma sonrisa y frutillas
en sus manos, en primavera frambuesas.

la sonrisa de mi padre traía frutos maravillosos.

mi abuelo temblaba cada día más, su cabeza recaía
como mandolina y se erguía como un piano.

un día mi padre regresó con manzanas

mi abuelo dio con la clave del silencio.



Natalia Litvinova  Poema del libro “Esteparia” Ediciones del Dock, 2010, Argentina.