domingo, 1 de outubro de 2017

"Mas é sua pretensão à universalidade o que especifica, em todos os casos, o juízo de valor estético. Observou-o Kant e é, de fato, o ponto de partida de sua reflexão: quando emito determinado juízo, não posso deixar de reivindicar para ele a objetividade e deixar de pensar que deve ser por todos subscrito. Por certo, também posso pronunciar juízos subjetivos, em primeira pessoa, ao dizer, por exemplo: 'gosto desta obra' ou 'prefiro isto ou aquilo'; mas, nessas circunstâncias, tenho consciência de exprimir apenas meus gostos e, afinal, de julgar a partir de mim mesmo mais do que do objeto. Portanto, distingo claramente entre juízo objetivo e juízo subjetivo; e talvez seja necessário estar de má fé ou ser ingênuo por excesso de sutileza para sustentar um relativismo total e afirmar que todo juízo estético é irredutivelmente subjetivo."


(DUFRENNE, Mikel. "Estética e Filosofia". tr. Roberto Figurelli. São Paulo: Perspectiva, 2012. p. 36)

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