sábado, 10 de junho de 2017

O modelo brasileiro de desenvolvimento da última década ia bem obrigado.

"O modelo brasileiro de desenvolvimento da última década ia bem obrigado.
Um conjunto de programas econômicos e sociais, como a elevação do salário mínimo, ampliação das aposentadorias, transferências para as famílias mais pobres, expansão da educação e dos serviços de saúde, amplos investimentos em infraestruturas e outros programas ampliaram a demanda para as empresas, o que por sua vez, além de gerar produtos, gerou mais de 10 milhões de empregos formais, ampliando ainda mais a demanda – levando ao chamado “círculo virtuoso” de crescimento: dinamizou-se a economia, ao mesmo tempo que se respondia às necessidades reais da população, priorizando quem mais precisa.
E como uma economia mais dinâmica gera mais recursos públicos, foi possível equilibrar o financiamento do conjunto, inclusive as políticas sociais e redistributivas.
Este esquema funciona, e não somente aqui.
Funcionou na Coreia do Sul que realizou um milagre com forte participação estatal nos investimentos e redução da desigualdade, como funcionou também nos “30 anos de ouro” do pós-guerra na Europa da socialdemocracia, e nos EUA do New Deal, até ser travado nos anos 1980 pela onda ideológica neoliberal.
O mais importante que temos de entender é que a economia deve sim responder às necessidades da população, e o Estado deve ser um articulador importante.
Mas a apropriação privada da política travou o sistema."

LADISLAU DOWBOR, via Rodrigo Jardim Rombauer

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